As construções são feitas para os casos de carga mais desfavoráveis. O sismo dá origem a cargas horizontais que temos que ter as construções preparadas para resisti-las, além das cargas verticais (devido a força da gravidade).
As construções que terão que resistir, em teoria, a quaisquer esforços são os hospitais e as de protecção civil, como os bombeiros. No Haiti houve hospitais que caíram, logo vê-se que a qualidade dos projectos e das construções devem ser do piorio. Os edifícios habitacionais e de serviços, podem até ruir no caso de um sismo, mas terão que dar tempo aos ocupantes para saírem do edifício antes de ruírem.
Eu fiquei emocionado ao ver as reportagens da tamanha tragédia que abateu sobre o país mais pobre das Américas. O que serve de consolo é a pronta ajuda da comunidade internacional.
Esperamos que este abalo sísmico, diga-se de passagem que ninguém está preparado, serve de lição para todo mundo, inclusive o nosso Cabo Verde.
Muitas vezes os donos das construções reclamam-se de armadura (ferro) excessiva, mas quando acontece um caso desses, pensa-se logo em que devia haver mais armadura nas construções. É de realçar que a solução não passa apenas pelas armaduras, mas sim pela correcta colocação dessas, principalmente os estribos nas zonas de ligação pilar/viga.
Nós por cá não temos dados históricos de abalos sísmicos com grandes amplitudes, pelo que as nossas construções não estão preparados para o sismo. As ilhas de Fogo e Brava deveríamos ter cuidado nas construções nessas ilhas, por razões óbvias.
